terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Curadoria em processo, continuação...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Curadoria em processo, continuação...


61. esse amor que nos consome
o centro do rio como um lugar de sonho, criação e afeto. esse amor que nos consome desconstrói o centro do rio de janeiro através da vida e trabalho da  rubens barbot e sua cia de dança. as danças refletem a cidade crônica,  não estamos falando do rio maravilha , do  rio das olimpíadas, nem do rio do eike batista, mas um rio como cidade de memórias e afeto.

a vida e os ensaios se misturam a diálogos verdadeiros e inventados. a crença de ribeiro em seus personagens atores é igual a aquela que eles tem do que fazem. de onde podem ir, de onde estão.

um casarão no centro do rio, em meio a especulação pré-mundial de futebol e olimpíadas. uma outra cidade, maravilhosa e vazia. Gatto e Barbot vivem numa outra cidade, dentro da cidade, mas estas cidades coexistem, entre o sonho de Barbot&Gatto/artista/produtor e a dificuldade de um dos integrantes em pegar um ônibus e passar horas dormindo em pé…mas está tudo lá, a dignidade de viver da arte, a fé e o amor.

a construção da casa como espaço de afeto. a crença de orixás ancestrais africanos. a cidade do ponto de vista do estrangeiro aqui vem com a
sutileza de relação afetiva e amor ao trabalho. a linguagem corporal não verbal retratam uma situação
bem urbana…operários em obra, traficantes e viciados….a cidade louca, barulhenta (o centro da cidade do rio), e a tentativa de um
bem estar, pela confiança numa proteção metafísica, mística, mas tão possível na certeza de um caminho, do domínio do terreiro. da potência da energia criativa da arte.




62. capitao marvel 2  a maldicao de adao negro

trash HQ after effects e algumas piadas(som da hora do brasil como musica tema do herói é hilário)…longa feito na raça.
o final com batman é promissor…mas trash  é um outro departamento na MFL,  a critério de Chris KZL.


63 o que teria acontecido com sad baby

protesto cinebraz. cartelas de abertura já evidenciam a crítica a um estado das coisas. o filme supostamente se anuncia vencedor de diversos prêmios fictícios; um chamado F.O.D.A., cinco "Tyzukas", num "Rally de Cinema Descartável", além de uma "Ferradura de Ouro" e uma menção horrorosa (sic). Inicia com um diálogo ácido sobre o processo de seleção de projetos de cinema no brasil. A crítica radical dos autores está lá: o balcão de favores, as panelas cinematográficas no âmbito das instituições que decidem quais projetos aprovar, o uso das verbas dos filmes…a total falta de ética na distribuição de verbas para os filmes e projetos culturais(por extensão, vide o "axé" que liberaram pra claudia leitte captar, endossado pelo MinC)…

mas o filme (ficção?documentário?) de leo pyrata e flavio c. von sperling é interrompido: "a embrafilme ia  depositar a  2a segunda parcela…não deu notícia…mais um fracasso do cinema brasileiro…"

no mais , é um road movie em busca de um cineasta marginal desaparecido(suicidado pela mídia?). Totalmente filmado no celular ou com câmeras amadoras, com os diretores/atores no elenco e algumas participações incautas, é um bom exemplo de um filme radicalmente livre.


64. até que a vida nos separe
entre ficção e documentário, narra histórias paralelas de amor, amizade, neuras cotidianos e relações de família (mãe obcecada pelo filho que está prestes a casar, esposa ciumenta, descoberta da homossexualidade,etc). mas os diálogos são over, forçam a barra de um pretenso filme espontâneo, naturalista, mas não traz nenhuma novidade. E ainda por cima, é repleto de diálogos reacionários("hoje tem parada gay…estão acabando com a família…"), …embora tenha um final redentor, isso não salva o filme de sua estética novelesca.


65. A chácara do corvo.

A pedido dos produtores do filme, foi retirada do blog a resenha critica do filme em questão.


66. Embu - terra das artes

Documentário meramente informativo sobre espaço cultural-ecológico.


67. Entrei em pânico 1
Citação a vários filmes de terror: Sexta Feira 13, Massacre da Serra Elétrica, Pânico, etc. Processo de edição VHS revelado na montagem/metalinguagem. Sequencia do pintor revoltado é hilária: "Foda-se o Monet!!Foda-se Van Gogh!". Soa como a descoberta de um gênero( trash ). apenas divertido. Mas trash  é um outro departamento na mfl,  a critério de Chris KZL.



68. Ensaio sobre o amor
thriller/suspense. filme de adolescentes. estilo "malhação"(encontros na internet,noitadas). história de uma vingança. sem novidades.

69. Onde nasce a nossa identidade
documentário sobre a cultura, crenças e tradições dos caboclos da região oeste de Santa Catarina. Cultura, raízes, tradições, crenças. O saber filmado como um institucional, sem poesia . O recurso de emendar os temas  através das entrevistas não consegue sair do clichê do doc informativo, burocrático. Filme de "cabeças falantes", que ensaia um protesto a favor  de um grupo "marginalizado", no caso, os caboclos daquela região, mas fica muito restrito aos depoimentos e um certo saudosismo. Deve mesmo ficar no arquivo do IPHAN e servir pra pesquisas antropológicas universitárias.


70. Retrato de uma paisagem
documentário sobre a construção social da urbe. um ator/poeta desocupado sai pelas ruas do centro de fortaleza e pergunta aos transeuntes: "você gosta de seu trabalho?", "você é livre?". as respostas ficam entre a perplexidade e a apatia, mas  algumas destas interações surpreendem…a tentativa de encontrar no meio de uma mega-cidade alguma utopia:"esse lugar tá difícil de achar",comenta um dos entrevistados mais interessantes, um segurança de um prédio. O cotidiano versus a poesia, a trilha sonora final com a canção de Belchior não deixa dúvida sobre a tentativa de desconstrução de uma imagem(uma paisagem?) que o filme provoca:"nordeste é uma ficção."

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